AVALIAÇÃO DAS LESÕES DE PÉ E TORNOZELO NO FUTEBOL PROFISSIONAL - ANÁLISE PROSPECTIVA DO CAMPEONATO PAULISTA DE FUTEBOL 2016
prospective analyses of the Paulista Soccer Championship 2016
DOI:
https://doi.org/10.30795/jfootankle.2020.v14.1140Palavras-chave:
Foot injuries, Soccer, AthletesResumo
OBJETIVO: Avaliar a epidemiologia e as características das lesões de pé e tornozelo ao longo de uma temporada de futebol profissional.
MÉTODO: Os dados foram coletados de forma prospectiva durante o Campeonato Paulista de Futebol de 2016 por meio de formulário eletrônico específico, preenchido pelos médicos das equipes e dividido em duas etapas: uma de notificação (composta de 10 variáveis) e uma de seguimento (6 variáveis). Para avaliação dos resultados, as variáveis foram padronizadas e os resultados submetidos a análises descritivas das variáveis categóricas e numéricas e a significância das suas diferenças foi mensurada através do teste de qui-quadrado, sendo considerada significante quando o valor de p<0,05.
RESULTADOS: Duzentas e cinquenta de nove lesões foram reportadas: 106 na coxa (40,9%), 42 no pé e tornozelo (16,2%), 39 no joelho (15,1%), 39 na cabeça ou face (15,1%) e 33 em outras localizações anatômicas (12,7%). Das 42 lesões do pé e tornozelo: 20 eram lesões ligamentares laterais (47,6%), 5 lesões ligamentares mediais (11,9%), 3 lesões tríceps sural (7,1%), 3 contusões na perna (7,1%), 3 contusões no pé (7,1%), 2 mialgias (4,8%) e 5 outras lesões (11,9%). Em 73,8% houve algum contato físico (p < 0,001). Seis lesões foram consideradas graves (14,3%), afastando os atletas por mais de 1 mês, e, destas, 4 foram tratadas cirurgicamente (3 osteossínteses e 1 tenorrafia). O tempo médio de afastamento foi de 19,7 dias para as lesões de pé e tornozelo e sua taxa de incidência global foi de 3,5 lesão a cada 1000 horas de exposição e de 2,1/1000h nas lesões ligamentares. As radiografias e a ressonância magnética foram os exames mais solicitados no seguimento destes pacientes.
CONCLUSÃO: Este trabalho fornece dados iniciais sobre o perfil das lesões de pé e tornozelo no futebol profissional nacional. Observamos que elas foram a segunda topografia mais frequente e 73,8% delas resultaram de contato físico (p<0,001). As injúrias do complexo ligamentar lateral foram responsáveis por 47,6% das afecções de pé e tornozelo o que reafirma a sua alta prevalência e importância na prática esportiva, inclusive no futebol profissional.
Nível de evidência III, estudo transversal descritivo.




