PO 18164 - Artrodese subtalar com enxerto ósseo
Uma necessidade para tabagistas?
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1023Palavras-chave:
Artrodese, Articulação subtalar, Pseudoartrose, Tabagismo, Enxerto ósseoResumo
Introdução: O enxerto ósseo é um componente importante das artrodeses do pé e tornozelo, sendo utilizado em condições em que, sabidamente, o sistema biológico não é favorável e quando permanece um grande defeito estrutural após a cruentização da articulação. O objetivo é avaliar a taxa de consolidação da artrodese subtalar em pacientes tabagistas e não-tabagistas e a influência do uso de diferentes tipos de enxerto ósseo autólogo. Métodos: Estudo retrospectivo com avaliação radiológica dos pacientes com diagnóstico de artrose subtalar submetidos à artrodese primária, entre janeiro de 2008 e dezembro de 2014. Foram incluídos todos os pacientes operados com tempo mínimo de seguimento de 12 meses, divididos em tabagistas e não tabagistas e com utilização ou não de enxerto ósseo autólogo. Resultados: Foram avaliados 235 pacientes com média de idade de 47 anos, sendo 90 (40%) tabagistas e 141 (60%) não-tabagistas. Em 221 (94%) casos a indicação se deveu à sequela de fratura de calcâneo. O enxerto ósseo foi utilizado em 27,7% pacientes. A taxa de consolidação global foi de 85,4%, e 14,6% dos pacientes evoluíram com pseudoartrose. Houve diferença significativamente estatística da taxa de não-consolidação em fumantes (p-valor-0,015), principalmente naqueles que não receberam enxerto ósseo (p-valor=0,014). Entretanto, não houve diferença significativa entre os fumantes que receberam ou não enxerto ósseo (p-valor=0,072). A taxa de consolidação relacionou-se com o sítio doador, com pseudoartrose em 33,3% das cirurgias com enxerto autólogo do calcâneo (p-valor=0,011). Conclusão: O tabagismo aumentou a probabilidade de pseudoartrose nas artrodeses subtalares em 2,5 vezes e a pseudoartrose está relacionada com o sítio doador do enxerto autólogo.