PO 18194 - Avaliação funcional e de qualidade de vida de pacientes com úlceras no tornozelo submetidos à ressecção completa do tendão de Aquiles
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1028Palavras-chave:
Diabetes mellitus, Tendão do Calcâneo, ÚlceraResumo
Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade de vida e funcionalidade de pacientes submetidos ao desbridamento de úlceras em região posterior do tornozelo, que evoluíram com a ressecção completa do tendão de Aquiles, sem a realização de qualquer tipo de reconstrução ou transferência tendínea. Métodos: Trata-se de uma série de casos de 4 pacientes, em sua maioria diabéticos, submetidos à ressecção completa do tendão de Aquiles exposto e degenerado, devido a úlcera na região posterior do tornozelo, sendo sua preservação impossibilitada pela necessidade do controle do processo infeccioso, uma vez que, foi feito o diagnóstico de osteomielite do calcâneo, com alterações compatíveis na avaliação por ressonância magnética e confirmado com culturas ósseas retiradas durante o desbridamento. Os pacientes responderam aos questionários ATRS-BR e o SF-36 no pós-operatório, sendo que este seguimento variou entre 6 e 24 meses. O ATRS varia de 0 a 100, sendo que maiores pontuações revelam menos sintomas e limitações. O SF-36 é constituído por 36 questões as quais compreendem 8 domínios, sendo: aspectos físicos, capacidade funcional, dor, estado geral da saúde, aspectos sociais, vitalidade, aspectos da saúde e emocionais. Os itens são avaliados independentemente e apresentam um total de 100 pontos, sendo a maior pontuação relacionada ao melhor estado de saúde. Resultados: Foram abordados 4 tendões de Aquiles. A média de idade foi de 69,8 anos. Os resultados do SF-36 com relação ao domínio capacidade funcional revelam uma média de 63,8 pontos. Quando se compara o resultado com dados da literatura, em pacientes com úlceras e com faixa etária semelhante, observamos resultados melhores em nosso trabalho. Com relação ao ATRS-BR foi observado uma média de 46,3 pontos, o que sugere um resultado ruim, no entanto, com os pacientes pouco queixosos quanto a sua funcionalidade, como visto na análise do SF-36. A não realização da reconstrução do tendão de Aquiles foi uma decisão compartilhada entre a equipe médica e os pacientes e suas famílias. Conclusão: A não reconstrução do tendão de Aquiles em pacientes em sua maioria diabéticos, idosos, com úlceras posteriores do tornozelo revela resultados de escores funcionais encorajadores. O presente trabalho sugere como uma opção viável este tipo de tratamento das ulceras para tal população.