TL 18104 - Fixação percutânea com parafuso “home run” para fusão de tornozelo

aspectos técnicos e estruturas de tecidos moles em risco

Autores

  • Alexandre Leme Godoy-Santos Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
  • Sierra Phillips University of Alabama at Birmingham, Birmingham, AL, US
  • Lauren Roberts Hospital for Special Surgery, New York City, US
  • Sameer Naranje University of Alabama at Birmingham, Birmingham, AL, US
  • Ashish Shah University of Alabama at Birmingham, Birmingham, AL, US
  • Cesar de Cesar Netto University of Alabama at Birmingham, Birmingham, AL, US

DOI:

https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1062

Palavras-chave:

Parafuso “home run”, Artrodese do tornozelo, Nervo sural

Resumo

Introdução: Durante a fixação interna de fusões do tornozelo, além do usual padrão de fixação de parafuso cruzado, o uso de um parafuso expansor colocado percutaneamente, no sentido da região póstero-lateral da metáfise tibial proximalmente através do tornozelo até o colo do tálus (parafuso "home run") é um técnica amplamente utilizada. A colocação deste parafuso exige muita técnica e, para a maioria dos cirurgiões, frequentemente são necessárias múltiplas tentativas sob orientação de fluoroscopia para se conseguir um posicionamento perfeito do implante. Existe risco de lesão nas estruturas neurovasculares e tendíneas locais. Objetivo: Identificar o número de tentativas necessárias para um posicionamento perfeito do parafuso “home run” de fusão do tornozelo e as estruturas neurovasculares e tendíneas em risco. Métodos: Foram utilizados 11 membros de cadáveres congelados frescos. Fios-guia para a colocação do parafuso canulado foram colocados percutaneamente na face póstero-lateral distal da perna, sob orientação fluoroscópica, com o tornozelo mantido em posição neutra. Os fios-guia mal posicionados não foram removidos e serviram como orientação para os pinos seguintes. O número de fios-guia necessários para alcançar um posicionamento aceitável do implante foi anotado. Após uma dissecção em camadas da pele para a tíbia, avaliamos lesões neurovasculares e tendíneas, e medimos a menor distância entre o fio guia mais próximo e as estruturas do tecido mole, usando um paquímetro digital de precisão. Resultados: O número médio de fios-guia necessários para alcançar um posicionamento aceitável do implante foi de 2,34 (DP 0,81, intervalo 2-4). As distâncias médias entre o pino guia mais próximo e as estruturas de tecido mole de interesse foram: tendão de Aquiles 5,35 mm (DP 2,74 mm); tendões peroneais 9,65 mm (DP 5,19 mm); feixe neurovascular posteromedial 12,78 mm (DP 7,14 mm). O feixe sural estava em contato com o pino guia em 5/11 amostras (45,5%) e empalado em 3/11 amostras (27,3%). Nas 3 amostras restantes, a distância média do feixe do nervo sural foi de 3,58 mm (DP 2,16 mm). Conclusão: A colocação de parafusos “home run” percutâneos para fusão de tornozelo é tecnicamente exigente, necessitando várias tentativas para alcançar um posicionamento aceitável. Nós mostramos que estruturas tendíneas e neurovasculares importantes estão próximas dos fios-guia e que o feixe sural é lesado em aproximadamente 73% dos casos.

Publicado

2019-11-11

Como Citar

Leme Godoy-Santos, A., Phillips, S., Roberts, L., Naranje, S., Shah, A., & de Cesar Netto, C. (2019). TL 18104 - Fixação percutânea com parafuso “home run” para fusão de tornozelo: aspectos técnicos e estruturas de tecidos moles em risco. Scientific Journal of the Foot & Ankle, 13(Supl 1), 83S. https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.1062