Cuidados dos pés diabéticos por equipe multidisciplinar
578 pacientes avaliados por 12 anos
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.913Palavras-chave:
Diabetes mellitus, Pé diabético, Articulação de Charcot, Úlcera de pressão, AmputaçãoResumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar as afecções do pé e tornozelo desenvolvidas em pacientes que são atendidos dentro de um protocolo específico no ambulatório do grupo do pé diabético da nossa instituição, com equipe multidisciplinar e a evolução natural da doença encontrada nesses pacientes após 12 anos de seguimento. Métodos: Os dados coletados foram: gênero, idade, índice de massa corpórea, tempo de doença, uso ou não de insulina e por quanto tempo, presença ou não de tabagismo, palpação de pulsos periféricos e amputações parciais prévias nos pés, deformidades nos pés secundárias à neuropatia periférica, grau de sensibilidade dos pés avaliada pelo teste do monofilamento de Semmes – Weisntein e a associação com úlceras avaliadas pela classificação de Wagner, neuroartopatia de Charcot, avaliada pela classificação anatômica de Brodsky e radiográfica de Eichenholtz. Resultados: Ao avaliarmos prospectivamente 578 pacientes com diabetes tipo 2 observamos que eles possuem um tempo médio de evolução da doença de 14 anos, 53% eram insulino-dependentes, com tempo médio de uso de insulina de 9,7 anos, 9,8% dos pacientes com amputações prévias realizadas pela cirurgia vascular por insuficiência arterial aguda, 72,6% apresentaram comprometimento vulnerável a lesões na avaliação da sensibilidade que foram associadas às deformidades secundárias à neuropatia periférica: 21,5% com hálux valgo e dedos em garra, 12,6% com úlceras, 9,5% com neuroartropatia de Charcot. Conclusão: O protocolo de tratamento com equipe multidisciplinar, bem como o uso de calçados terapêuticos para proteger os pés insensíveis apresentou uma baixa incidência de úlceras plantares e neuroartropatia de Charcot. Nível de Evidência II; Estudos Terapêuticos; Prospectivo Comparativo.