PO 18112 - A tomografia computadorizada modifica os diagnósticos nas fraturas do tornozelo
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.991Palavras-chave:
Tomografia computadorizada por raios X, Tornozelo, Fraturas ósseasResumo
Introdução: A fratura do tornozelo é uma das lesões com maior índice de indicação cirúrgica na prática clínica. A decisão terapêutica é classicamente estabelecida através de radiografias (RX) da região, o que pode ser temerário pela constante dificuldade na leitura das mesmas. Nos últimos anos, alguns autores tem advogado a utilização da tomografia computadorizada (TC) como instrumento auxiliar no diagnóstico e no planejamento operatório a cerca dessa injúria. Nosso estudo tem como objetivo demonstrar a superioridade da associação da TC com as RX na avaliação das fraturas do tornozelo. Métodos: Foram coletados exames (RX e TC) de 53 pacientes com fraturas do tornozelo entre 2011 e 2016. Sete avaliadores (2 Especializandos em pé e tornozelo, 1 cirurgião de pé e tornozelo, com menos de 5 anos de especialidade, 2 cirurgiões de pé e tornozelo com mais de 5 anos de especialidade e 2 ortopedistas com formação geral e mais de 5 anos de titulação) avaliaram os exames, em ordem aleatória e sem identificação, e determinaram as lesões encontradas, tanto nas RX isoladamente, quanto nas mesmas associadas às TC. Os dados foram avaliados estatisticamente. Resultados: As características da fratura de maléolo medial (fragmento póstero medial e colículo anterior), a presença de fratura do maléolo posterior e suas características (avulsão, desvio, fragmento maior que 25%, fragmento póstero-medial e póstero lateral), a lesão de sindesmose e a ausência de lesão de deltoide foram mais evidentes nas TC associadas a RX, do que na avaliação radiográfica exclusiva, em todos os grupos, com alta confiabilidade intra-observador. Conclusão: As tradicionais RX em três posições podem falhar ao demonstrar lesões mais sutis, como evidenciado pelo nosso estudo. A TC surge nesse cenário como um exame extremamente difundido e defendido na abordagem de fraturas articulares, apesar de ainda não totalmente incorporada à prática clínica das fraturas de tornozelo. Nossa conclusão é que esse exame aumenta a precisão do diagnóstico, podendo melhorar a qualidade da informação que chega ao clínico e ao cirurgião, provendo mais substratos que possam influenciar positivamente no cuidado ao paciente.