PO 18122 - Tratamento da artropatia de Charcot na articulação do tornozelo
DOI:
https://doi.org/10.30795/scijfootankle.2019.v13.998Palavras-chave:
Artropatia de Charcot do tornozelo, Pé diabético, PrognósticoResumo
Introdução: A artropatia de Charcot pode levar à destruição articular e muitas vezes às úlceras em locais de proeminências ósseas. No tornozelo a particularidade é a instabilidade que limita a marcha e dificulta o uso de calçado ou órtese. Este é um estudo retrospectivo que visa mostrar os casos de artropatia de Charcot no tornozelo tratados em nossa instituição entre 1997 e 2017. Métodos: Neste período tratamos 252 pacientes com artropatia de Charcot. Destes, 27 pacientes apresentavam a doença exclusivamente no tornozelo. Os casos selecionados eram de acometimento unilateral, sendo 17 homens com média de idade de 55 anos. Nove pacientes foram tratados de forma conservadora e 18 cirurgicamente, para se estabilizar o tornozelo (incluindo o retropé, se necessário). Na cirurgia foram utilizados diferentes métodos de fixação, variando se com presença ou não de úlcera no momento da intervenção. No final do tratamento avaliamos a possibilidade de uso de calçados ou órteses para marcha, estabilidade da articulação do tornozelo e consolidação nos casos cirúrgicos. Os casos em que o paciente deambulava com sapato ou órtese e membro estável consideramos bom resultado, membro instável, mas adaptados em órteses consideramos como aceitáveis e os pacientes que não deambulavam, com tornozelo instável ou amputados consideramos resultado final ruim. Resultados: Nove pacientes fizeram o tratamento conservador com uso de gesso de contato total na fase inicial da doença seguido do uso de órtese após consolidação. Destes, 5 pacientes obtiveram um resultado ruim, 3 foram considerados bons e 1 caso aceitável. Dezoito pacientes realizaram cirurgia reconstrutiva; 12 pacientes apresentaram bom resultado; 2 pacientes foram amputados e 4 pacientes não tiveram sucesso com a cirurgia. Conclusão: A artropatia de Charcot no tornozelo é causa de grande instabilidade. O tratamento conservador da doença não proporciona bons resultados, sendo que os pacientes com melhores avaliações clínico funcionais são aqueles que realizaram cirurgia reconstrutiva.